As tartaruguinhas quando fogem do ninho
desesperadas pela praia de encontro ao mar
elas só desejam
refrescar a cabecinha
exercitar as nadadeiras
e chegam ao cúmulo
(as mais espertas)
oferecer crustáceos
aos tubarões.
Cansei de esgrimir
contra nuvens.
Agora sou uma tartaruguinha
de tranças rastafári
antes de beijar o vento
o sol queimar a cara
abraço logo a concha
e deslizo até as ondas.
Tenho sorte.
Acabo nas costas
de um golfinho
e sou levado
até o teu navio.
De longe eu te vejo:
ah, tu me esqueceste.
O capitão te consola
os braços em volta
da tua cintura.
Sabes o que faz
uma tartaruguinha
desolada e triste?
Pula das costas do golfinho
volta à praia (a nado)
e se enterra lá,
no buraco da areia
onde só restam cascas
do passado.
2 comentários:
Amo a poesia de Domingos Barroso.
Grande abraço, poeta.
Claro que é um abraço azul.
stela
Domingos,
Como esquecer a poesia e o poeta?
Que bonitinho esse arzinho de enterro... Vou imaginar que acabas de acordar, e te preparo um café.
Sim, Stela.... Domingos é nosso , em especial !
Assim como este azul, que insistimos em pintar.
Abraços literários e amigo!
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