Naquela tarde cinzenta
Enquanto pensava nela
Vi chegar em minha casa
Um carro bem reluzente
E do batente da janela
Vi que estava cheio de gente
Meu coração adolescente
Quase saiu do meu peito
Quando vi descer do carro
Aquela flor em botão
Morena cor de canela
A minha grande paixão
Foi tão grande a alegria
Que nem posso descrever
Mas, uma força suprema
Sem saber que mal fazia
Contrariou o meu querer
Fez com que me ausentasse
Do meu amor me afastasse
Deixando o que eu mais queria
Saí doido, na carreira
Tinha logo que voltar
Menino que é só poeira
Coração a soluçar
Corri mais que ventania
Pedindo ao tempo, mais tempo
Pois tudo que eu queria
Era ainda lhe encontrar
Mas, o tempo, traiçoeiro
Desta vez não me ajudou
E quando estava voltando
Da sombra do Oitizeiro
Pude ainda ver de longe
Virando a curva da estrada
Seus lindos cabelos negros
Se perderem na poeira
E um carro feio e sem cor
Carregando o meu amor
Marcos Barreto de Melo
2 comentários:
O amor é flor que brota em qualquer idade, no coração indefeso.
O coração que se defende do amor é pedra.
Adorei Marcos.
Abraços
Marcos,
Beleza de poesia! poeta.
É sempre bom ler teus textos.
Abraços
Aloísio
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