Desde
tempos imemoriais temos expressado, em textos nos mais
diversos blogs
para os quais colaboramos, que a “esculhambação” jurídica que
vivenciamos de um certo tempo até aqui deve ser creditada à
frouxidão e covardia dos integrantes do tal Supremo Tribunal
Federal.
E
que, como consequência e na esteira
disso, podemos extrair uma
constatação óbvia: ao contrário do que afirmam políticos e
autoridades outras, faz bastante tempo, sim,
que as “instituições”
brasileiras NÃO funcionam normalmente.
Basta
lembrar que, comandando uma quadrilha de alta periculosidade, um
juizeco de primeira instância, lotado em Curitiba, foi useiro e
vezeiro em passar por cima da nossa Carta Maior, sem que o “guardião
da constituição” (Supremo Tribunal Federal) tenha tomado qualquer
providência ou
expressado qualquer desconforto.
Pelo
contrário, durante um bom tempo aquela corte literalmente chancelou
“in totum” todos os abusos e cabeludas
arbitrariedades praticadas pela
gangue curitibana, conforme reconheceu peremptoriamente (só que
depois e quando a vaca já tinha ido pro brejo), um dos seus
integrantes, Gilmar Mendes:
“É
um grande vexame e participamos disso. Somos cúmplices dessa gente.
Homologamos delação. É altamente constrangedor. Todos nós que
participamos disso temos que dizer: nós falhamos; a República de
Curitiba nada tem de republicana, era uma ditadura completa.
Assumiram o papel de imperadores absolutos. Gente
com uma mente muito obscura, gente ordinária.
Se achavam soberanos. Gente sem nenhuma maturidade. Corrupta
na expressão do termo.
Violaram o código de processo penal” (ipsis litteris).
A
“singela” reflexão
é só pra lembrar que não deveria
se constituir surpresa o ocorrido
ontem (19.04.20),
quando o miliciano que está Presidente da República pessoalmente
conduziu sua horda de fanáticos-fundamentalistas-abestados
em manifestações desrespeitosas e
antidemocráticas, exigindo o
fechamento não só do Congresso Nacional, mas, também, do Supremo
Tribunal Federal e, de quebra,
a volta dos milicos ao poder.
A
propósito, antes de ir ao encontro dos seus, no agora
famoso “ninho da serpente” o
“traste” que está Presidente da República reuniu-se e traçou
planos com a sua quadrilha particular-familiar:
Eduardo “bananinha” Bolsonaro, Flávio “rachadinha” Bolsonaro
e Carlos “bonequinha” Bolsonaro, coincidentemente filhos e ativos
conselheiros. Donde podemos supor que todo o script foi ali traçado
antecipadamente, como o faz qualquer quadrilha minimamente organizada
(tanto, que sequer
esqueceram de filmar tudo e disponibilizar na internet).
Agora,
o difícil de entender, depois de tão graves ocorrências, de
tão explicita manifestação de golpismo, é
a “conversa mole”, o “faz-de-conta”, as “babaquices”
daqueles que poderiam enquadrar o meliante e
comparsas, e que ficam a repetir com
eloquência e numa toada só, que
“as instituições estão
funcionando”
(como
a querer esconder o óbvio ululante: neste
momento o Estado Democrático de
Direito corre sérios riscos).
Tanto
NÃO funcionam que chegamos onde chegamos: um presidente de
um país, em plena via pública,
provocando, estimulando e incitando sem
nenhum constrangimento, seus
seguidores a partirem para o confronto com
o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional,
ferindo de morte o processo democrático.
Claro
que a nossa “rainha da Inglaterra” (o Bozo) se espelha no modus
operandi daquele juizeco de primeira instância que pintou e bordou,
fez e desfez e cansou de estuprar nosso texto constitucional (lá
em Curitiba), sem que o Supremo
Tribunal Federal haja encetado qualquer reprovação a tal
comportamento. Afinal, deve ter
confidenciado o Bozo aos seus botões, se um
simplório juiz de piso fez e não
foi sequer repreendido, por qual
razão eu,
o Presidente da República, não posso
fazê-lo ??? Pois fez e até agora
nada lhe aconteceu.
E
o cinismo, falta de vergonha e pudor
são tantos, que, dia seguinte, mesmo após as TVs
de todo o mundo repercutirem
imagem e áudio da “antessala do
golpe” (em
plena via pública),
o canalha-mór
vem a público para afirmar que não disse aquilo, que, ao contrário,
tem imenso respeito pelas instituições (Supremo
e Congresso).
Tal
descalabro exige definições imediatas por quem de direito
(Judiciário e Legislativo).
No horizonte,
duas são as saídas a serem
adotadas: 01) na área jurídica, o Supremo Tribunal Federal
“acordar” do marasmo e covardia em que vive e, com base nas
inúmeras ilegalidades cometidas, AFASTAR ou INTERDITAR para o
exercício da presidência da república o seu atual e desequilibrado
ocupante; 02) no âmbito legislativo, “botar pra andar”, com
urgência, os diversos pedidos de abertura do competente processo de
IMPEACHMENT, já que motivos não faltam.
De
uma coisa tenhamos certeza: devido
ao momento delicado e por demais crítico que atravessamos, urge uma
tomada de posição definitiva das
autoridades competentes, antes que
os
improdutivos e asquerosos milicos de
pijama nos propiciem o caos.
Fora
o Bozo e seus
filhos milicianos (a
cadeia os aguarda).
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