Em fins de 2012, instalou-se aqui em Fortaleza uma
filial de uma grande loja com sede em São Paulo, dessas que colocam suas
filiais pelo país afora, até em Capim Grosso de Santo Onofre. Coincidindo com a
inauguração dessa filial, recebi pelo correio um bonito pacote, cujo remetente
foi a tal loja recém instalada. No interior do pacote um mouse sem fio. E nada
mais a acrescentar. Pronto, eles faziam a festa e nós pobres e explorados
consumidores recebíamos o presente! Procurando
uma justificativa, comentei com Magali que eu recebera aquele presente
do tal magazine, por que na certa o comércio possuía dados que poderiam estar
me colocando entre os "clientes em potencial". Coitadinho deles, se
dependessem de gente como eu, suas lojas estariam todas quebradas...
Alguns dias depois, precisávamos passar um vídeo de
alta definição e para tanto tivemos de comprar um tal de "blu-ray
disc". Desculpem a expressão, mas é como chamam um novo tipo de
videocassete. Após pesquisarmos em algumas lojas, entre as quais o tal
magazine, disse a Magali que iríamos comprar nessa nova loja, pois além do
preço ter sido menor alguns míseros centavos, tivemos por lá uma recepção um
pouquinho mais acalorada. E além do mais, havia recebido dessa loja um
presente, fator que mais pesou na decisão de compra.
Três dias depois, meu primeiro filho veio com sua
família passar o Natal conosco. Logo ao chegar perguntou se eu havia gostado do
presente que ele havia mandado para mim.
- Qual foi? Perguntei
- Um mouse sem fio que
comprei pela internet e pedi que fosse remetido diretamente para o seu
endereço.
Todos aqui em casa fizeram a festa com a minha
"boa fé". Bem feito! Onde já se viu grandes capitalistas se
preocuparem com a existência de pessoas tão desprovidas de importância como eu?
Mas como a esperança é a última a morrer, quem sabe se eu não ganharei o
edifício que essa loja alardeia em seus anúncios que vai ofertar aos seus
fregueses?
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
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