Eu,
Mavutsinim, o primeiro homem
a pisar este
chão abençoado,
fui só como o
horizonte do infinito.
Senhor do
universo, criei de uma concha
a mulher que o
meu corpo reclamava.
A beleza tem
forma, na verde luxúria
das ervas
resinosas que nos acolheram.
O espírito do
sol e o espírito da lua
pousaram sobre
nós a sua luz.
O ventre da
mulher cresceu como o húmus
fertilizado
pelas águas vermelhas.
Ergui nos
braços o meu filho varão
em oferenda à
estrela da montanha.
E seguimos as
sendas, que eram nossas.
A mãe voltou à
sua aldeia, a lagoa,
e encantou-se,
na concha de que viera.
Os índios são
os filhos do meu filho.
Eu,
Mavutsinim, cumpri o meu destino.
Um comentário:
Grande poeta!
Amanhecer o dia lendo Brandão é inspiração!
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