Desde a
marreta estalando na pedra,
A onda de
choque o mesmo nos músculos,
As juntas
esmagadas de tantas repetições,
O suor
queimando a face como um ácido,
Restava-lhe
um sonho de paraíso inalcançável.
Uma floraria
sob a frondosa copa de uma árvore,
Compondo as
cores de um buquê primaveril,
Aparando os
excessos para o alinhamento de ramos,
A divina
função de separar os odores das múltiplas fontes,
Com os dedos
se educando na maciez de camadas de pétalas.
Olha para os
dedos pinicados de tantos espinhos de rosa,
Os calos
crônicos das tesouradas aparando ramos,
Este odor
envelhecido e disperso como cravos nas bordas de túmulos,
As águas
podres e turvas dos jarros que retardam a degeneração floral,
Entre a
pedra e a flor a paga do salário traz semelhanças.
Um comentário:
Perfeito!
Ele é bom em todos os estilos.
Ele é Do Vale!
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