por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 25 de junho de 2011

Poemas de César Vallejo , traduzidos para o Português- por Everardo Norões



Poesia Latina traduzida para o português
O pão nosso (César Vallejo)



Bebe-se o café da manhã…úmida terra
de cemitério cheira a sangue amado.
Cidade de inverno…A mordaz cruzada
de uma carreta que arrastar parece
uma emoção de jejum encadeada!
Quisera bater em todas as portas,
e perguntar por não sei quem, e logo
ver aos pobres, e, chorando quietos
dar pedacinhos de pão fresco a todos.
E saquear aos ricos seus vinhedos
com as duas mãos [...]

Pedra preta sobre pedra branca (César Vallejo)


Morrerei em Paris com aguaceiro,
um dia do qual tenho já a lembrança.
Morrerei em Paris - e não me apresso -
talvez em uma quinta-feira, como é hoje, de outono.
Quinta-feira será, porque hoje, quinta, que proseio
estes versos, os úmeros hei posto
a mau e, jamais como hoje, hei voltado
com todo meu caminho, a ver-me só.
César Vallejo há morto, [...]

Os mensageiros negros (César Vallejo)


Há golpes na vida, tão fortes… eu não sei!
Golpes como o ódio de Deus; como se ante eles,
a ressaca de todo o sofrido
se estagna na alma… eu não sei!
São poucos; mas são… abrem poças escuras
no rosto mais feio e no lombo mais forte,
serão talvez os potros de bárbaros atilas;
os mensageiros negros que nos manda a [...]
Postado por socorro moreira às 16:42 2 comentários

Palabras para Vallejo

Everardo Norões

A conhecida revista Martín, da Universidad San Martín de Porres, do Peru, dedicou seu número 18, de outubro de 2008, ao poeta peruano Cesar Vallejo. O editor é o também poeta Hildebrando Pérez Grande. Esta foi a nosssa contribuição, ao lado de intelectuais de vários países, na parte intitulada Palabras para Vallejo:
"A lava da poesia de Cesar Vallejo aquece e ilumina nossa condição humana e sua magia descortina os altiplanos mais extraordinários da criação. Às vezes indaguei a mim mesmo por que me sentia feliz ao ler alguns poemas duros ou tristes do grande peruano. Observei que além da genialidade de concepção, havia sempre a réstia de inusitada generosidade e de indizível beleza a penetrar cada um de seus versos. E dei-me conta que aquela minha alegria havia nascido do sentimento de pertencer à mesma humanidade sem limites de Cesar Vallejo, aquela dos poetas e proletários que, como ele, “morrem de universo”.
_____

Nenhum comentário: