O CARICATURISTA DO SAMBA
Há duas datas como a de nascimento de JORGE VEIGA : 14 de abril e 6 de dezembro de 1910 .
A dúvida sempre ficará, uma vez que ele faleceu em junho de 1979 e não poderá esclarecer tal dúvida.
Parece que sua filha confirma a data de 14 de abril, mas como estamos em dezembro, aproveito essa dúvida para homenageá-lo neste mês como de seu nascimento e de seu centenário.
Com o cognome de “Caricaturista do Samba” ficou conhecido onde se apresentava, desde que conheceu seu primeiro sucesso: quando gravou o samba “Iracema”, de Raul Marques e Otolino Lopes.
"Oh Iracema, logo vamos ao cinema
Por sua causa, hoje não fui trabalhar
Não me dê o bolo
Oh Iracema, você é o meu consolo
Estamos combinados,
Logo mais vou lhe esperar
Naquele ponto de bonde
Da Praça Mauá.
Não quero perder
A primeira sessão. Vamos ver aquele filme,
"Sempre no Meu Coração".
Ai, que bom! Ai!
Vê-se aí mais um samba que fala no bonde, verdadeiro transporte de massa e muito usado em nossas composições.
A linha melódica de Jorge Veiga era a mesma de Moreira da Silva no qual ele nunca negou ter-se inspirado.
Depois de "Iracema", vieram "Rosalina","Cabo Laurindo";"Estatuto da Gafieira";"Bigorrilho"...
Quando estavam em moda os colunistas sociais, como Jacinto de Thormes e Ibraim Sued, Jorge Veiga gravou o samba "Café Soçaite"( "gozação" de Miguel Gustavo com as crônicas sociais.)
CAFÉ SOÇAITE
Autor Miguel Gustavo
Doutor de anedota e de chapanhota
Estou acontecendo no Café Soçaite
Só digo enchanté, muito merci, all right
Troquei a luz do dia pela luz da Ligh.
t
Agora estou somente contra a dama de preto
Nos dez mais elegantes, eu estou também
Adoro "aniverside", só pesco em Cabo Frio
Decididamente eu sou gente bem.
Enquanto a plebe rude na cidade dorme
Eu ando com Jacinto, que é também de Thormes
Terezas e Dolores, falam bem de mim
Eu sou até citado na coluna do Ibrahim.
E quando alguém pergunta "como é que pode?"
Papai de Black-tie, jantando com Didu
Eu peço outro Whisky
Embora esteja pronto
Como é que pode?
Depois eu conto...
Uma melodia gravada por Jorge Veiga conheceu a censura de sua época: "Eu Quero Rosetá".
Os "senhores" censores cismaram com a palavra "rosetá" e sem saber o que queria dizer,simplesmente proibiram a execução da música, depois liberada.
Como todos que venceram em sua época, Jorge Veiga pertenceu ao "cast" da Rádio Nacional.
E Jorge Veiga continuou acumulando sucessos até seu falecimento em 29 de junho de 1979, aqui no Rio de Janeiro, aos 69 anos.
Norma
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